Quem vive o dia a dia de uma empresa exposta a commodities já sentiu a pressão do preço de soja, milho, açúcar, café ou energia variando de repente. Oscilações que podem ser fatais para a receita, para a margem e, em casos extremos, para o próprio negócio. É por isso que tantas organizações recorrem ao hedge: tentam construir uma espécie de escudo financeiro para proteger o caixa contra choques.
Só que, na prática, muitos desses escudos acabam cheios de buracos. Alguns erros são quase rotina, mesmo entre empresas experientes. Eles passam despercebidos até o mercado virar, e o prejuízo aparecer, cedo ou tarde.
É possível fugir desses tropeços? Sim. Com método, tecnologia e entendimento da lógica por trás dos contratos, é perfeitamente possível transformar proteção em resultado sustentável. Aqui na STATERRA, essa é uma missão diária. E, olhando para trás, listamos hoje os cinco equívocos mais comuns cometidos por empresas ao proteger sua exposição em commodities. E o que fazer para escapar dessa armadilha.
Erros pequenos podem custar caro, mas sempre é possível aprender e se proteger melhor.
1. Dimensionar mal o hedge: proteção de menos, ou de mais
Um erro comum, mas de consequências graves, está em medir mal o tamanho da operação de proteção. Empresas acabam, por falta de precisão, realizando hedges aquém ou além da sua real exposição. Isso pode dar uma falsa sensação de segurança ou, ao contrário, trazer custos desnecessários.
- Proteção insuficiente: ocorre quando a empresa cobre apenas uma parte do risco. Por exemplo, um exportador de soja faz hedge de metade da produção estimada porque teme que a safra frustre, só que o restante fica desprotegido se o câmbio oscilar.
- Proteção excessiva: o extremo oposto. O gestor é conservador e fecha contratos acima do volume produzido, por precaução. Mas, se a cotação cair e a empresa não tiver toda aquela mercadoria para entregar, pode ter que liquidar contratos a mercado com prejuízo.
Muitos gestores superestimam sua capacidade de prever cenários operacionais, ou acreditam que “é melhor sobrar do que faltar”. Com o tempo, aprendem da pior forma: errar o tamanho da proteção pode afetar a margem mais do que deixar totalmente exposto.
Aqui na STATERRA, estimamos a exposição usando dados históricos, simulação estatística e ajustes para clima, logística e comportamento de mercado. O resultado? Proteções calibradas ao perfil da empresa, sem surpresas indesejadas.
2. Falta de governança no processo de hedge
Talvez soe meio técnico, mas governança é basicamente definir as regras do jogo: quem propõe, quem aprova, quem executa e quem monitora o hedge na empresa. Sem isso, o risco de erros aumenta exponencialmente.
- Ausência de políticas claras: sem regras bem estabelecidas, as decisões ficam a cargo de momentos de pânico ou de euforia. Já viu empresa que só decide proteger preço quando o mercado já desabou? Pois é…
- Falta de prestação de contas: quando o resultado do hedge não é avaliado, erros persistem. Não há espaço para aprendizado.
Um comitê de risco eficiente, relatórios periódicos e limites de atuação são ferramentas que separam improviso de estratégia. Empresas que não têm esse processo institucionalizado geralmente pagam caro por essa “flexibilidade”. E, se existe um conselho, acionistas ou sócios, isso é ainda mais importante.
Sem regras, o improviso vira rotina. E o improviso, no mercado, não costuma sair barato.
A STATERRA dedica bastante atenção à implementação de políticas transparentes, incluindo o acompanhamento das operações. Temos clientes que superaram esse desafio graças à implantação desses mecanismos, inclusive redescobrindo oportunidades depois de consolidar a governança.
3. Não conhecer bem os instrumentos financeiros usados
Esse é um erro sutil, mas muito comum: tratar contratos futuros, opções, swaps e NDFs como se fossem todos iguais. Muitas empresas compram ou vendem instrumentos sem, de fato, entender como cada um reage a choques de mercado, custos de margem ou ajustes de liquidez.
- Usar instrumentos inadequados: há empresas que fazem hedge de preço internacional usando contratos locais, sem atentar para a diferença de base ou o risco de crédito. Outras compram opções “baratas” sem saber as limitações de exercício.
- Desconhecimento dos custos e garantias: margens de garantia, ajustes diários, prêmios… tudo isso influencia a efetividade da operação, mas costuma ficar fora do radar.
Na prática, o desconhecimento leva a distorções: a proteção pode existir no papel, mas a performance no caixa real acaba muito distante do ideal.
Aqui entra um dos principais diferenciais da equipe STATERRA: nosso time alia experiência internacional e profundo conhecimento técnico dos contratos no Brasil e lá fora. Traduzimos a complexidade dos instrumentos em estratégias acessíveis, sem “pegadinhas ocultas”.
4. Errar o timing das operações de proteção
Saber quando executar o hedge é tão importante quanto escolher o instrumento ou o volume. E esse timing, por incrível que pareça, é onde mais acontecem arrependimentos. Empresas, quase sempre, deixam para proteger o preço quando o risco já se materializou. Ou seja, decidem “fechar garantia” no pior momento possível, é o reflexo do medo dominando a decisão racional.
- Hedge atrasado: esperança de que as cotações vão melhorar leva à procrastinação. Quando, finalmente, o contrato é feito, o mercado já virou.
- Hedge precipitado: decisão tomada de forma prematura, sem análise, por pressão de relatórios ou conselhos, pode travar preços em cenários desfavoráveis.
Admito: é difícil resistir às emoções do mercado. Na STATERRA, usamos algoritmos quantitativos para acompanhar volatilidades, identificar pontos de entrada mais favoráveis e distribuir as operações de proteção ao longo do tempo. Assim, reduzimos o impacto do “azar” na decisão.
No mercado de commodities, tempo é quase tudo.
No nosso blog, já mostramos como o comportamento de mercado pode iludir até os gestores mais experientes nesses momentos. Vale a leitura se você quer saber mais desses gatilhos emocionais.
5. Olhar apenas para o preço, esquecendo do fluxo financeiro
Pode soar estranho, mas muitos veem o hedge como uma “aposta” de preço. Querem garantir apenas que a cotação da commodity não vá além de certo ponto. Só que o caixa da empresa depende de outros fatores: prazos de recebimento, ciclos produtivos, estoque, efeitos fiscais, custos logísticos, entre muitos outras variáveis.
- Descompasso de fluxo: empresa trava preço em um contrato com liquidação em janeiro, mas suas despesas maiores ocorrem em março ou abril. O resultado é um hiato de caixa que pode gerar até necessidade de crédito emergencial.
- Foco exagerado no resultado contábil: só se olha para o impacto no DRE, ignorando o efeito prático sobre pagamentos e recebimentos reais. E isso pode ser fatal em momentos de iliquidez.
Aqui, protegemos clientes olhando também para o fluxo de caixa projetado, é o ponto que vira o jogo quando se fala em tranquilidade operacional. Não adianta acertar o preço se o caixa quebra antes ou depois.
Conclusão: aprendendo com os erros e buscando fortalecimento
Cometer deslizes no gerenciamento da proteção de commodities é quase inevitável em algum momento. Mas o aprendizado vem rápido, porque o mercado cobra caro. Estruturar um processo de hedge robusto, com governança, análise de instrumentos, cálculo de fluxos e método quantitativo pode parecer trabalhoso. Só que é o que separa empresas maduras e resilientes daquelas que vivem de sustos.
Aqui na STATERRA, aliamos experiência prática global, tecnologia e acompanhamento diário para construir soluções de proteção sob medida. Cada estratégia, cada número, cada contrato, tudo pensado na solidez do negócio.
“Proteção bem feita é a diferença entre sobreviver e crescer no mundo das commodities.”
Se você quer saber como a sua empresa pode evoluir nas práticas de hedge, conhecer casos e discutir desafios específicos, vale entrar em contato com nossa equipe. Você pode acessar nosso site para conhecer mais sobre o trabalho, se inscrever para receber novidades do mercado ou até ver vagas abertas se busca um novo desafio!
Costumamos compartilhar mais aprendizados e artigos relevantes na sessão de notícias da equipe. Sinta-se convidado a acompanhar.
Perguntas frequentes sobre hedge de commodities
O que é hedge de commodities?
Hedge de commodities é uma estratégia financeira que visa proteger empresas e produtores contra oscilações adversas nos preços de produtos básicos, como soja, milho, café, petróleo, energia ou metais. Isso é feito por meio de contratos em bolsas, bancos ou outros instrumentos financeiros, garantindo uma previsibilidade maior sobre as receitas ou custos, mesmo com as variações do mercado.
Quais são os erros mais comuns no hedge?
Os erros mais comuns envolvem dimensionamento inadequado da proteção (hedge a maior ou menor), ausência de governança, desconhecimento profundo dos contratos utilizados, decisões tomadas nos momentos errados (timing ruim) e foco apenas em preço e não no fluxo financeiro da empresa. Esses deslizes podem custar caro e prejudicar a efetividade da estratégia de proteção.
Como evitar falhas ao fazer hedge?
Para evitar falhas, é preciso planejar cuidadosamente cada etapa: medir corretamente a exposição ao risco, criar políticas claras (governança), entender os instrumentos escolhidos, analisar o momento certo de executar operações e olhar também para o fluxo financeiro, não só para preço. Contar com consultoria especializada e dados quantitativos, como faz a STATERRA, reduz muito as chances de erro.
Vale a pena fazer hedge de commodities?
Sim, para empresas expostas à variação de preços de commodities, o hedge é uma ferramenta de proteção do caixa e da margem. Não é garantia de lucros, mas sim de maior previsibilidade, que permite planejar, pagar despesas e investir sem surpresas desagradáveis. No longo prazo, quem gerencia bem o risco costuma sobreviver e crescer mesmo em mercados voláteis.
Quais estratégias reduzem riscos no hedge?
Entre as estratégias para reduzir riscos estão: diversificação de instrumentos (futuros, opções, swaps), operações escalonadas para diminuir a dependência de um momento específico do mercado, governança bem definida, uso de modelos quantitativos para análise de cenários e acompanhamento constante do fluxo de caixa. O apoio de profissionais experientes e tecnologia faz toda a diferença nesse processo.